sábado

Di - de Rita e Di(a) da Mulher

Esperei que chegasse o dia de hoje, para escrever sobre a noiva que escolhi para representar o Dia da Mulher. Chama-se Rita, Di (é o seu diminutivo carinhoso) e o dia de hoje é dedicado a ela que, sem dúvida, é um exemplo vivo e activo do que é ser-se mulher, antes de se ser noiva, esposa ou mãe. Antes de a ver noiva, vi-a como menina, tínhamos nós 6 anos e acabado de entrar para a escola primária. Depois, já adolescentes, vimo-nos mais crescidas e, quase gregas para nos aguentarmos sem rir de tudo e mais alguma coisa disparatada, como ver colegas da mesma idade a tomar uma bica num café junto à escola e gozarmos com aquele cenário de colega-que-já-se-achava-adulta-o-suficiente-para-beber-bicas... coitada. Tínhamos de certo... um problema. Mas, o sentido de humor já bastava como terapia e, de toda a maneira, julgo que conseguimos ultrapassar o tal "problema", pois já sabemos o que é tomar café. E muito! 
Um dia, fomos para a universidade, ela ficou por Lisboa e eu fui para o Algarve. Depois, fui estudar para fora do país e deixámos de nos ver durante uns anos. No entanto, a nossa amizade parecia ter ficado dentro de um glaciar. Todos os momentos felizes, bem humorados e disparatados que partilhámos na escola, na rua ou em casa ficaram bem guardados. Até as gargalhadas não conseguiram fazer o gelo rachar. Tudo ficou em silêncio, mas guardado, durante anos... talvez mais de dez. Um dia, soube pela minha mãe que a Rita ia casar. Oh, a Rita vai casar? Já passou assim tanto tempo? Já crescemos? Vou vê-la. E fui vê-la sair de casa dos pais. Penso que foi a noiva mais bonita e elegante que vi até hoje. Estás linda!- disse-lhe. E foi nesse momento que o glaciar que nos separava durante anos se desfez, com o riso dela, sempre de algum gozo. Oh, sim... linda, linda... E ria-se. Passaram-se mais alguns anos e um dia soube que a Rita estava grávida e que estava a batalhar com todas as forças possíveis e impossíveis para que a sorte estivesse junto dela e do bebé. Quando o pequeno nasceu, prematuro na idade mas já a saber deitar charme às enfermeiras que, espantadas o viram a olhar directamente para elas, a partir desse dia descobri na Rita uma mulher como qualquer uma de nós gostaria de ser mas... não conseguimos, por mais que tentemos. Mãe coragem, mãe de todos os cuidados em todos os momentos, mãe amiga e mãe inspiradora de outras mães. Mas acima de tudo, Mulher. Quando chega a noite, depois de um dia de trabalho, tratar do miúdo, da casa, do marido, dos pais, da avó, do condomínio, da avaliação dos alunos, da roupa, do jantar, dos banhos e das crises de sinusite, do telefonema à amiga que precisa, das contas para pagar e das compras do mês, a Rita-extraordinária que nem se imagina tão inspiradora, mas que o é, ainda tem energia para enviar uma foto para Uma Série de Noivas, sem contudo suspeitar que, nesta série de noivas ela é, mais do que noiva fora de série, uma mulher de espírito, força e brio fora do comum a quem só podemos desejar bem e que continue a nos ensinar a sermos nem que seja, só um bocadinho como ela.


quinta-feira

O Pai da Noiva

Neste mês de Março, mês em que se celebra o dia do pai, lembro-me do quanto é importante para uma noiva ter o pai ao seu lado no dia do seu casamento. Nem sempre os pais concordam com a opção-para-toda-a-vida das filhas, mas é mais que garantido que a filha que se ama é a filha que se quer ver feliz, ainda que aquela opção-B-do-filho-do-meu-amigo-que-é-tão-bom-rapaz fosse a que se preferisse. Enfim... ela é que sabe... Logo se vê... - pensa o pai, enquanto caminha para o quarto da filha onde, até aquele dia, lhe batia à porta para lhe dar um beijo de boa noite e perguntar como andam as coisas agora que a tua mãe não nos ouve?...Bate à porta e já não encontra a sua menina de pijama cor de rosa, a adolescente a conversar horas a fio com as amigas na Internet, ou a rapariga de 18 anos metida entre uma pilha de livros e outra pilha de nervos a estudar para os exames nacionais de entrada para a faculdade. Entra, devagar, olha para a filha vestida de noiva e, não sabendo muito bem o que fazer, agarra-se a ela, abraça-a e sente-se, primeiro como um rapaz tímido quando vê uma linda mulher, depois como um adolescente que não sabe o que dizer e finalmente, como um menino que chora porque a sua amiguinha, de lindo vestido branco, ainda que seja ele a levá-la pelo braço, terá de dá-la a outro menino...
Foto: Jeff Kolodny Photography



quarta-feira

Uma Série de Noivas Agradece a Uma Série de Visitantes

Um mês e pouco depois deste blog ter sido lançado para a blogosfera, é fantástico e entusiasmante ver que já está perto de alcançar os 2500 visitantes. Diariamente recebe a visita de noivas, noivos e tantos outros visitantes que em Portugal, Estados Unidos, Moçambique, Brasil, Bélgica, Inglaterra (para citar os que mais aparecem nas estatísticas do blog) gostam de saber um pouco mais sobre o que caracteriza cada noiva e a torna única. Ao mesmo tempo que procuro as melhores fotos de noivas para escrever sobre a sua história, também há as noivas que me procuram e partilham comigo a sua história, tendo por base de inspiração uma foto. Adoro escrever sobre quem conheço e sobre quem (ainda) não conheço. Adoro o que faço, para quem o faço e para quem o lê. Vivo a história de cada noiva, como se fosse um conto encantado que tenho o privilégio de descobrir por mim própria e de partilhar com quem também admira contos encantados e inspiradores. Sinto-me feliz com os resultados deste Blog e com quem me escreve a dizer que o segue religiosamente, mesmo sem nunca ter sido noiva ou esperar alguma vez vir a sê-lo. Agradeço a todas e todos pelo carinho, as sugestões, as fotos e as partilhas mais íntimas. Obrigada. Beijinho e espero que continuem a visitar este canto de sonhos e ideias mais uma série de vezes...
Foto: Hilary Cam Photography


terça-feira

A Noiva, o Noivo e o Barco à... Bela

Um barco... um barco que era navio. Um navio de guerra que, aos olhos do coração bom de alguém, pintou-se de rosa claro e cobriu-se de amor. Um barco à Bela, porque era ao estilo e sentimento de Bela, uma rapariga que olhava para aquele navio de guerra e, enquanto esperava o seu amor, transformou aquela embarcação de Vera Cruz no mais belo dos barcos, naquele onde viria o homem que sempre desejou vir até si, por terra, pelo mar... mas sobretudo, enviado pelo céu. Deus e mais alguém especial o enviara até si.
Esta é a história de Bela, uma rapariga bonita, alta e de sorriso e coração maiores que o mundo, naquele tempo em guerra, a quem um dia falaram de Francisco, um rapaz que tal como tantos outros, não sabia porquê, mas combatia em Angola. Disseram-lhe que a sua madrinha de guerra, não se sabe também porquê, um dia deixara de lhe escrever. Matilde, a irmã de Francisco procurava agora, junto da sua igreja, uma nova correspondente para o seu irmão. Falou dele a Bela, confiou-lhe a história,  vida e esperança do irmão e, trouxe-lhe Deus a fé e certeza que aquela seria a sua missão neste planeta. Morreu jovem, a Matilde... muito bonita e certa de si e do que a tinha feito correr para juntar a pessoa perfeita ao seu irmão. Há pessoas assim, Matildes e maravilhas de carne, osso e espírito bom que têm apenas uma missão na terra... juntar corações. Um dia, partem em absoluta paz consigo próprias e cheias de amor.
Bela e Francisco namoraram dois anos por carta. Contam as filhas, Rita e Cristina - minhas amigas de infância e mulheres da admiração dos pais e de todos os que têm a sorte de conhecê-las - que Bela e Francisco escreveram cartas lindas. Enviavam fotos e as melhores palavras que conseguiam encontrar para expressar sentimentos a alguém que, não conhecendo, com o passar do tempo, foram sentindo como parte da sua vida, presente e futura. Um dia, Francisco escreveu a Bela a melhor e mais empolgante das cartas. Ia regressar a Portugal. Bela ficou feliz, nervosa e curiosa. Nunca se tinham visto, falado ou partilhado o que quer que seja em pessoa. Respondeu-lhe que lhe enviaria uma bandeira, que ela própria faria para ele lhe acenar quando desembarcasse. O tempo passou. Francisco sentia-se feliz. Aprendera que o desconhecido tem duas faces, a mais negra quando se desconhece a razão porque se é destacado para uma guerra. A mais bela, quando se sabe que alguém nos espera e nos ama. Bela avistou-o ainda em África, o seu coração cheio de amor, nervosismo e simplicidade embarcou com ele, colocou-lhe a bandeira gentilmente nas mãos e deixou-se navegar... sempre ao seu lado. No porto de Lisboa, esperavam-no os seus pais, os seus futuros sogros e Bela... Oh, mas ela é tão bonita. Minha Bela... gostarás de mim, minha Bela? E nestes pensamentos e dúvidas e alegria e comoção de regressar e oh tanto nervosismo... Francisco ergue a bandeira, símbolo de tanta coisa... de amor, de se estar vivo! - imagem que anos mais tarde, virá a passar em documentário televisivo sobre a Guerra do Ultramar. Casou com a sua Bela, e nestes 45 anos de verdadeiro amor e companheirismo recorda sempre o início das suas cartas à sua madrinha de guerra: ofereço à minha querida correspondente... terminando com: um beijinho saudoso. E com esta história, sempre que alguém a conta, sorri a outrora noiva, o noivo, as filhas, a amiga de infância, Deus e a Matilde... que foi a primeira a escrever esta história, em azul clarinho, cor do céu e dos sonhos.
 
 
 

domingo

A Primeira Noiva de Março

Para o início de Março, em que a chuva ainda se sente e bem e os dias continuam aborrecidos e por vezes, deprimentes, procurei a imagem de uma noiva que me fizesse lembrar a Primavera. Encontrei esta foto num website que publicita uma revista cujo título é Brides and Widows. Bem... não vale a pena ir por aí quando se fala em casamento e sobretudo, em ser-se feliz com o mesmo e... durante muito MUITO tempo. Mas as fotos da revista são fantásticas, os trabalhos de cabelos e maquilhagem são verdadeiras obras primas e, as modelos, por vezes, deixam-nos na dúvida se serão pessoas reais ou pinturas. Valeu a pena procurar pela Primavera... que chegue depressa, com muito sol, calor, beleza e propícia ao romantismo como só a mesma sabe ser...

Foto: Joanna Kustra
 
Foto: Joanna Kustra