domingo

A Noiva Magnólia

Acredito, de coração, que pouca coisa ou nada neste mundo deve ser ou acontecer por acaso. Gosto de pensar assim, sobretudo quando a única explicação que encontro para as coisas inexplicáveis é a que mais sentido me faz. As coisas são, acontecem e permanecem porque assim tinha de ser, assim lhes foi destinado. Esta tarde, quando regressava a Aires, ao entrar numa rua, olhei, por acaso, para uma certa casa. Pensei, com tristeza, que ali tinha vivido uma rapariga que, no momento em que parecia, finalmente, confirmar tudo o que sempre sonhara ter na vida, marido, filhos e felicidade, justamente nesse momento, quando menos esperava, partiu. Sem regresso. Há pouco, quando pensava sobre que noiva escreveria, encontrei, por acaso, esta foto lindíssima que tem como título Magnólia. Sorri, ao lembrar-me da rapariga, com o mesmo nome, que ainda esta tarde tinha recordado. Era conhecida por Nola, porque certamente não era nossa, mas de alguém de lá, de algures... certamente de um lugar bom, tranquilo e doce como ela o era. As pessoas nunca partem por completo, pois não? É que por acaso, parecem-me ser como as flores, como uma magnólia que ainda que um dia deixe de existir, para sempre estará presente em quem usou do seu perfume e doçura para tornar aquele dia especial, o mais feliz de sempre. E o sempre, nunca parte. É... e é.... e volta a ser....
Foto: Lene Photography